sábado, 18 de julho de 2015

Carta ao Amor

Meu caro Amor,

Desde já apresento as minhas maiores desculpas pelo meu atrevimento em me estar a dirigir a si deste modo, especialmente quando não o conheço. Nunca lhe fui apresentada.
E é mesmo esse o meu problema: não o conhecer.
Em 40 anos de vida, continuo sem o conhecer. Nunca tive esse prazer.
Conheço sim, uma sua parente: a Paixão. Essa, conheço eu até muito bem, pois é raro um dia em que eu não me apaixone. Seja lá pelo que for.
Agora, amar... Mas amar mesmo… Sentir o tal fogo que arde sem se ver…
Não.
E eu sinto a sua falta. Parece que falta uma parte de mim. E essa parte anda para aí perdida, à espera que eu a encontre. Só que eu não sei aonde procurar.
E sinto algo parecido com… saudades, será?..., o que torna toda esta situação ainda mais absurda, pois se eu não o conheço, como posso eu sentir saudades de algo que desconheço?...
Pois.
Não interessa.
Já me estou a desviar do verdadeiro assunto que aqui me trás.
Então, eu venho por este meio solicitar, encarecidamente, que entre na minha vida, pois eu gostava muito de o conhecer.
Ou então, que me indique o que posso eu fazer, para que possa vir a ter o sublime prazer de lhe ser apresentada pessoalmente.
Fico pois, na expectativa das prezadas notícias a respeito.

Atentamente